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"O petróleo é nosso!" é uma frase que se tornou famosa ao ser pronunciada pelo então presidente da república Getúlio Vargas por ocasião da descoberta de reservas de petróleo na Bahia. Mais adiante, a frase tornou-se lema da Campanha do Petróleo, patrocinada pelo Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e promovida por nacionalistas, que culminou na criação da empresa petrolífera nacional, a Petrobras. Após tornar-se famosa, historiadores descobriram que a frase havia sido criada por Otacílio Raínho, professor e diretor do Colégio Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, um marqueteiro casual.
Entre a primeira concessão para exploração de petróleo no Brasil e a criação da Petrobras, em 1953, decorreram 89 anos. O país assistiu à polêmica entre o escritor Monteiro Lobato e o Governo Getúlio Vargas, resumida na Carta a Getúlio. O Brasil dividiu-se entre os nacionalistas (representados por militares de direita e partidos de esquerda, que defendiam o monopólio estatal na exploração do petróleo) e os defensores do capital estrangeiro (apelidados pejorativamente de entreguistas por seus opositores), formado por economistas como Roberto Campos e Eugênio Gudin, que acreditavam que a falta de concorrência geraria ineficiência e que, se não realizassem parcerias com empresas estrangeiras, a exploração de petróleo pelo Brasil seria dificultada.
A Campanha do Petróleo resultou vitoriosa por 44 anos, com a criação da Petrobras e a instituição do monopólio estatal da exploração, do refino e do transporte. Porém, em 1997, com a lei n° 9.478, conhecida como Lei do Petróleo, e a criação da Agência Nacional do Petróleo, órgão regulador da indústria do petróleo, o monopólio foi derrubado e parte das recomendações de Campos e Gudin foram atendidas.